VR14 | Um jeito jovem de fazer comunicação

Aedes modificados geneticamente nos EUA são resistentes à dengue


Após décadas de pesquisas e inúmeras tentativas de controle, a dengue –que todos nós já sabermos que é transmitida por mosquitos-- continua a infectar cerca de 390 milhões de pessoas por ano no mundo todo. Agora, cientistas dos EUA conseguiram modificar geneticamente os mosquitos Aedes aegypti para que eles não se infectem pela dengue e, assim, não transmitam o vírus.

Quando um mosquito morde alguém infectado com dengue, o vírus precisa completar seu ciclo de vida no intestino do mosquito, eventualmente infectando suas glândulas salivares, antes que o animal consiga infectar outra pessoa.

A equipe, coordenada por George Dimopoulos, da Universidade Johs Hopkins, manipulou geneticamente o Aedes aegypti para ativar as proteínas Dome e Hop, que lutam contra o vírus, mais cedo no momento da infecção, imediatamente após a ingestão de sangue 'contaminado', e produzir mais destas proteínas.

Os Aedes geneticamente projetados foram infectados com dengue e geraram os seguintes resultados: aqueles com mais Dome tiveram 78,18% menos cópias do vírus da dengue em suas entranhas; os com mais Hop tiveram uma queda de 83,63% de cópias do vírus, segundo o estudo publicado na Plos.

Além disso, ambos mosquitos tiveram diminuição significativa do vírus em suas glândulas salivares. Os mosquitos alterados tiveram vida normal, mas produziram menos ovos do que os mosquitos normais.

Infelizmente, a boa notícia não se espalhou para outras doenças. Quando os pesquisadores repetiram os experimentos com o vírus da zika e do chikungunya, não houve impacto na infecção.

No Brasil, mosquitos modificados já são usados

Mosquitos machos, que não transmitem doenças, são geneticamente modificados pela Oxitec, empresa de origem inglesa com filial em Campinas (SP), para que seu corpo produza em excesso uma proteína que causa a sua morte. Eles são liberados no ambiente e reproduzem com fêmeas selvagens. A prole terá os genes do pai e morrerá antes da vida adulta, quando vira vetor de doenças.

A tática já foi testada em Juazeiro e Jacobina, na Bahia, e em Piracicaba (SP), até aqui com sucesso. Na Bahia, onde o teste é feito há mais tempo, a redução de insetos variou entre 80% e 100%, a depender da semana em que os dados foram coletados. Os testes seguem em Jacobina, e o governo do Estado afirmou no fim de novembro que quer expandir a ação para as 20 cidades mais afetadas por doenças transmitidas pelo inseto.

"Já vimos que a técnica funciona. Queremos aumentar a escala e ir para cidades maiores", explicou Gustavo Trivelatto, gerente do projeto.

Fonte: UOL
Postagem Anterior Próxima Postagem