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Quitanda Cultural realiza resgate dos antigos carnavais em Ipirá


Objetivando resgatar a cultura dos antigos carnavais de salão e dos trios elétricos instrumentais, a Quitanda Cultural localizada na Praça Roberto Cintra em Ipirá, que tem como objetivo maior promover a cultura a arte e a gastronomia, estará realizando dos dias 24 e 25 de fevereiro duas noites de carnaval de salão ao som de antigas machinhas de salão e do som instrumental dos trios elétricos dos anos 60 e 70.

Inicialmente a ideia da direção do espaço cultural será a utilização de som mecânico para começar adaptando o público. Caso o projeto tenha êxito, a partir de 2018 o espaço estará promovendo o baile com orquestra de salão ao vivo.

Conheça um pouco da história dos carnavais de salão e dos trios elétricos instrumentais.
O carnaval é uma festa popular e seu principal sentido era dar “adeus à carne”, um período onde, se fazia jejum e até hoje na quarta-feira de cinzas muita gente não come carne.

Carnaval de Salão

No Brasil, os bailes de Carnaval foram antecedidos pelos bailes de máscaras vindos da Europa, sua repercussão foi tanta que muitos outros vieram depois deste. As diferenças sociais que existiam na sociedade brasileira: de um lado, a festa de rua, ao ar livre e popular; do outro, o carnaval de salão que agradava sobretudo à classe média emergente no país.

Dos salões, os bailes passaram a ser celebrados nos teatros, animados principalmente pelo ritmo da polca – primeiro gênero a ser adotado como música carnavalesca no Brasil – e depois, envolvidos pelo som da quadrilha, da valsa, do tango, do “cake walk”, do “charleston” e do maxixe. Até então, esses ritmos eram executados apenas em versão instrumental. Somente por volta de 1880 os bailes passaram a incluir a versão cantada, entoada pelos coros.

O Carnaval de Salão também é marcado pela presença de crianças, por conta da maior segurança em locais fechados. Os bailes infantis fazem a animação da criançada e em 1907, foi realizado o primeiro baile infantil, dando início às famosas matinês.

Trio elétrico

Trio elétrico é o nome pelo qual, no Brasil, é chamado o caminhão adaptado com aparelhos de sonorização para a apresentação de música ao vivo, através de alto-falantes, em que são executados samba, frevos e outros ritmos. É um dos maiores fenômenos de massa do Brasil.
Teve sua origem em Salvador, no ano de 1950 e, ao longo das décadas, evoluiu ao ponto de se tornar um dos grandes atrativos do Carnaval da Bahia e outras festas do país.

Dodô e Osmar foram os inventores do trio elétrico do carnaval baiano. Dodô (Antonio Adolfo Nascimento) e Osmar Macedo conheceram-se em um programa de rádio em 1938. Os dois estudavam música e eletrônica e pesquisavam uma forma de amplificar o som dos instrumentos de corda. A amplificação aconteceu dez anos depois e, no carnaval de1950, a dupla saiu em cima de um Ford 1929 tocando em instrumentos adaptados as canções da Academia de Frevo do Recife, que se apresentava na ocasião em Salvador.

Em um ano fizeram aperfeiçoamentos e incluíram mais um membro, Temístocles Aragão, formando assim o trio elétrico em 1951. No ano seguinte uma empresa de refrigerantes percebeu o enorme sucesso do trio e colocou um caminhão decorado à disposição dos músicos, inaugurando o formato consagrado por todos os carnavais até hoje.

Os trios vão ampliando em tamanho, na década de 1960, pelo uso de caminhões cada vez maiores. Ligados a blocos identificados por camisões coloridos – as mortalhas – os grupos passam a se isolar dos demais foliões por meio de cordas de separação. Destaca-se, desde então, o Trio Elétrico Tapajós, que é contratado pela prefeitura recifense para se apresentar naquela cidade. Em 1969 a canção Atrás do Trio Elétrico, de Caetano Veloso, divulga em todo o Brasil o fenômeno até então restrito aos dois estados nordestinos.

Na década seguinte tem início a profissionalização, sendo o Trio Tapajós transformado numa empresa, em 1976. No ano 1978 Moraes Moreira leva o cantor para o trio, com a canção Assim pintou Moçambique. Tem início uma nova fase do Carnaval Baiano, e do próprio trio, renovado com a presença vocal, na figura de Moraes, que apresenta sucessos cantados pela primeira vez no “palco móvel” dos trios, como “Varre, Varre Vassourinha” – homenagem ao Clube recifense que deu início a tudo – pois até então os trios eram exclusivamente instrumentais, como relembra o compositor Manno Góes.

Moraes ligara-se ao guitarrista Armandinho, filho de Osmar Macedo, e experimentaram a inovação de trazer um cantor sobre o trio. O artista relata ainda que a ideia surgira anteriormente, em conversa com Gilberto Gil, onde esse observava que seria necessário “botar uma força no trio”, pois já não aguentava mais escutar as mesmas coisas sendo tocadas.

O objetivo do evento é oferecer ao público da terceira idade e principalmente aqueles que não irão curtir o Carnaval em Salvador, possam viver a magia dos antigos carnavais num ambiente típico de um baile. As pessoas que quiserem usar fantasia de baile serão permitidas para caracterizar o ambiente. O evento acontecerá sempre a partir das 21h. A entrada é franca. Será cobrado couvert artístico.

Fonte: Caboronga Notícia 
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