“Os 17 presos que fugiram da Cadeia Pública localizada no Complexo
Penitenciário de Mata Escura, em Salvador, são de uma mesma facção
criminosa que nasceu em 2015 entre os pavilhões do presídio da capital e se
espalhou pelo estado da Bahia”.
Informou
o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb-BA). A
facção atua com o tráfico de Salvador e cidades da Região Metropolitana.
O grupo conseguiu escapar após serrar as grades de
uma das celas e violarem três barreiras fixas, durante a madrugada desta
sexta-feira (13). A fuga só foi detectada, quando os agentes penitenciários da
unidade perceberam os danos na cela. A unidade prisional tem capacidade para
comportar 808 presos, mas, durante a fuga, estava com 1227 detentos.
Após a fuga em massa, o governador da Bahia, Rui
Costa, determinou ao secretário de Administração Penitenciária e
Ressocialização, Nestor Duarte, a exoneração do diretor da Cadeia Pública, o
capitão da PM Pablo Fagner Araújo Carvalho, e do diretor adjunto da unidade
prisional, Paulo Cesar Gonçalves Sacramento.
Um dos que escaparam, conforme o Sindicato dos
Agentes Penitenciários, foi Ricardo Martins Batista, 33 anos, suspeito de ter matado o delegado Luís Carlos Ribeiro Couto, 59 anos, no
dia 2 de abril do ano passado em Lauro de Freitas na região
metropolitana da capital baiana. Ricardo foi preso em maio de 2016. A Seap, no
entanto, não divulgou nome dos fugitivos e nem confirmou se Ricardo está entre
eles.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários atribuiu a
fuga à superlotação da unidade carcerária e à falta de segurança do local. Em
nota, a entidade afirmou que o complexo tem número maior que o indicado de
presos por cela, que faltam câmeras de vigilância, iluminação nas guaritas e
vigilância da polícia nas imediações e nas guaritas da unidade.
A Secretaria de Administração Penitenciária e
Ressocialização (Seap) informou que, por meio da Corregedoria, abriu uma
sindicância para investigar os procedimentos de segurança da cadeia e as
circunstâncias da fuga. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado
para fazer uma perícia na cela.
A Seap informou que, após a direção da unidade
tomar conhecimento do ocorrido, a Superintendência de Gestão Prisional do órgão
entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública, que disponibilizou
todos os recursos para promover a captura dos foragidos e a investigação do
fato. Além disso, a Seap registrou a ocorrência na Delegacia Circunscricional
de Polícia para que seja apurada a fuga.
Conforme a secretaria, a Rondesp, o Batalhão de
Choque da Polícia Militar e o Grupamento Aéreo (Graer) já estão promovendo a
busca dos internos, enquanto o Batalhão de Polícia de Guarda apura as
circunstâncias em relação a segurança do perímetro da unidade. Até a noite
desta sexta, nenhum fugitivo havia sido recapturado.
A Cadeia Pública foi inaugurada em maio de 2010 e,
segundo a Seap, foi a primeira fuga registrada desde então.
Fonte: G1