Criar comitês de mobilização popular em cada município e pressionar o Congresso a barrar os projetos de Reforma da Previdência e Trabalhista. Essa foi a tônica do encontro que reuniu neste domingo, dia 16 de março, prefeitos, vereadores, sindicalistas e lideranças dos movimentos sociais de 16 cidades da Bacia do Jacuípe e região. A atividade foi realizada pelos mandatos da deputada estadual Neusa Cadore e do deputado federal Robinson Almeida, com presença do ex-ministro do Trabalho e Previdência, Miguel Rossetto.
A deputada Neusa, coordenadora da Subcomissão de Autonomia Econômica da Mulher, disse que os projetos vão aprofundar as desigualdades de gênero e destacou que as maiores mobilizações contra as reformas estão sendo protagonizadas pelas mulheres, como a do dia 08, que reuniu mais de 150 mil mulheres nas ruas do país.
“Nesse mês de março, as nossas principais bandeiras são a paridade política e a resistência contra o governo golpista e as Reformas da Previdência e Trabalhista. É com a participação das mulheres que vamos dar substância política ao grande movimento popular contra esse atentado aos direitos sociais. Que a gente volte para as nossas cidades com o compromisso de fazer esse debate para que o povo compreenda gravidade desse momento”. Disse Neusa Cadore.
O deputado federal Robinson Almeida falou que só com mobilização popular o povo vai conseguir barrar as reformas no Congresso e criticou a grande mídia por defender o projeto neoliberal, tentando manipular o povo com ameaça aos programas sociais.
“Vamos mobilizar os sindicatos, fazer debate nas câmaras e nas organizações. Vamos levantar esse Brasil contra essas reformas”, Relatou Robinson.
O ex-ministro Miguel Rosseto defendeu a previdência como o maior patrimônio dos brasileiros e afirmou que 42 milhões de aposentados vivem apenas com o piso. Na Bahia, o salário mínimo é a base dos 85% dos aposentados, mais que a média nacional que é de 71%. Ele explicou que durante os governos Lula e Dilma, esse salário teve um aumento real acima da inflação de 77% e não fosse a política do PT, o piso previdenciário seria de apenas 490,00 reais.
“Só conseguimos a construir justiça nesse país quando começamos a aumentar a renda mínima, melhorando a vida desse povo. É essa renda que movimenta a economia da maioria dos municípios, desenvolve o comércio e aumenta a autoestima das famílias”, ressaltou Miguel Rosseto.
Rossetto explanou e criticou as medidas apresentadas, principalmente as que igualam o tempo de aposentadoria de 65 anos para homens e mulheres e passar a cobrar dos trabalhadores rurais. O ex-ministro lembrou que no Brasil é muito diferente a idade que o trabalhador e trabalhadora começa a trabalhar, pois muitos abandonam os estudos, abre mão da sua juventude, começam desde cedo para produzir a riqueza desse país.
Rossetto disse que a sociedade não pode aceitar em hipótese alguma de acabar com o critério de para a aposentadoria. Já em 1988, os constituintes entenderam que as condições de trabalhadores urbanos e rurais eram diferentes e, por isso, agricultores familiares podiam se aposentar antes dos 65 anos de idade porque começam a trabalhar mais cedo, em condições mais duras, e infelizmente, morrem mais cedo. “É injusto e inaceitável esse desmonte que só beneficia os ricos e penaliza os mais pobres. Tenho de certeza que seremos capazes de defender os nossos interesses e derrotar essa proposta de acabar a previdência social e a CLT”, reforçou.
Os participantes saíram do encontro com o compromisso de criar comitês de mobilização nas suas bases para pressionar os deputados e senadores a votarem contra o projeto.
Municípios participantes: Capim Grosso, Baixa Grande, Capela do Alto Alegre, Gavião, Nova Fátima, Pé de Serra, Pintadas, Quixabeira, Riachão do Jacuípe, Serra Preta, Várzea da Roça, Jacobina, Macajuba, Ruy Barbosa, Piritiba, São José.
Fotos: Wemisson Santos
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Política