A Polícia
Federal (PF) prendeu nesta terça-feira Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do
Turismo e ex-presidente da Câmara dos Deputados.
O mandado de prisão foi expedido pela Justiça
Federal do Rio Grande do Norte e faz parte de um desdobramento das delações da Odebrecht. O ex-deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), já preso em Curitiba, no Paraná, também teve pedido de
prisão decretado.
A operação “Manus” investiga corrupção e lavagem de R$ 77 milhões na
construção da Arena das Dunas, em Natal, de acordo com comunicado emitido pela
PF. Cerca de 80 policiais cumprem 33 mandados, sendo 5 mandados de prisão
preventiva (sem prazo), 6 de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão nos
estados do Rio Grande do Norte e do Paraná.
A investigação se baseia em provas da Lava Jato, em
especial às delações da Odebrecht, que apontam o pagamento de propina a Cunha e
Alves, em troca de favorecimento a duas grandes empreiteiras envolvidas na
construção do estádio, ainda segundo a PF.
“A partir das delações premiadas em inquéritos que tramitam no STF, e
por meio de afastamento de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos
envolvidos, foram identificados diversos valores recebidos como doação
eleitoral oficial, entre os anos de 2012 e 2014, que na verdade consistiram em pagamento
de propina.
Identificou-se também que os valores supostamente doados para a
campanha eleitoral em 2014 de um dos investigados foram desviados em benefício
pessoal”, afirma o comunicado da PF.
A operação “Manus” é uma referência ao provérbio latino “Manus Manum
Fricat, Et Manus Manus Lavat”, que significa uma mão lava a outra.
Henrique Eduardo Alves foi ministro do Turismo nos
governos de Dilma Rousseff e Michel Temer. Deixou o ministério em junho do ano
passado depois que foi acusado pelo ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado de
receber R$ 1,55 milhão em propina maquiada de doações eleitorais.
Fonte: EXAME
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