“A vida é bela. Há dois
anos pensaram que era minha última final. Agora quem poderia dizer? Tenho uma
última chance de alcançar meu sonho'”.
A fala de Buffon, pouco depois de
eliminar o Monaco nas semifinais da Champions League, é a prova viva de que o futebol
não se molda ao tempo e muito menos a padrões. Não existem clichês e muito
menos fórmulas, atalhos ou desvios. Só existe o presente, o agora. E é nele que
cada jogador deve se apegar para chegar ao topo.
Hoje, aos 39
anos, o goleiro italiano, talvez um dos melhores em sua posição em toda a
história, terá a última oportunidade de, enfim, levantar a famosa ‘orelhuda’,
como é carinhosamente chamado o troféu do torneio de clubes mais desejado da
Europa. Porém a missão de Buffon e sua Juventus será cercada por obstáculos. Em
Cardiff, no País de Gales, a partir das 15h45 (de Brasília), o objetivo é
conter os ataques bem armados do Real Madrid, maior e atual campeão da
Champions, e frear Cristiano Ronaldo, o maior artilheiro do torneio europeu,
com 103 gols marcados.
É curioso pensar que nas
mãos de Buffon estarão ao mesmo tempo o fardo da glória ou o pesar de mais um
insucesso. Algo que, com certeza, não diminuirá sua carreira, marcada por um
título de Copa do Mundo e tantas outras taças por Juventus e Parma, mas que
deixará no ar aquela sensação de que faltou aquele toque especial, a cereja do
bolo.
É para este
segundo cenário, o mais dramático para Buffon, que Cristiano
Ronaldo torce.
Sem dor e remorso. O agora dos astro português significa a quarta taça de Champions
em sua carreira e, muito provavelmente, o quinto prêmio de Melhor do Mundo em
sua estante.
“Espero que o Real Madrid cometa o mínimo de erros frente à
Juventus. Depois, será também importante que Buffon e a defesa da Juve tenham
um dia ruim”, afirmou o português.
Escola
italiana x Ataque merengue
E a fala se
explica. A Juventus, durante toda a sua campanha no torneio continental, sofreu
apenas três gols. Uma eficiência defensiva no 3-5-2 clássico que foge à
retranca, mas que prioriza a marcação desde o campo adversário, encurtando
espaços e também propondo o jogo. Para toda essa tática funcionar, não basta só
a força do trio de zaga formada por Chiellini, Barzagli e Bonucci.
Começa com os
homens de lado sempre avançados, casos de Daniel Alves e Alex Sandro, além de meias e
atacantes habilidosos e definidores, como Pjanic, Khedira, Dybala, Mandzukic e
Higuain.
É para este jogo estratégico que o Real se prepara, não abrindo mão de
suas características ofensivas. Afinal de contas, se a defesa italiana é uma
parede, o ataque merengue é letal. Foram 33 gols marcados em 13 jogos.
“Estamos bem,
preparados e temos trabalhado arduamente na semana. Vão ser os pequenos
detalhes que vão fazer a diferença na decisão. Por isso, a atenção precisa ser
máxima”, sentenciou Cristiano Ronaldo.
Batalha
de técnicos
Para fazer frente ao 3-5-2 do técnico italiano Massimiliano
Allegri, Zinedine Zidane poderá se valer de dois esquemas. O
primeiro é o tradicional 4-4-2. Nesta formação, a equipe teria uma espécie de
losango no meio. Isco exerceria a função de ponta e Casemiro de meia defensivo.
Este esquema seria híbrido. No ataque, ele funcionaria como um 4-3-3 e na
defesa um 4-4-2 clássico.
Outra
alternativa de Zidane é um 4-3-1-2. Com três homens no meio, Isco seria então
principal armador. Para este confronto, o técnico francês, que vai em busca de
sua segunda Champions como comandante, terá os retornos de Carvajal e o galês
Gareth Bale, com o último entrando em campo no decorrer da partida.
Fonte: O Tempo
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