O Adapta Sertão vem mudando a forma de como se ver e pensa a
agricultura familiar no sertão baiano,
desenvolvendo diversas ações que possibilitam transformar o pequeno produtor
rural em um micro empreendedor no campo. Dentre elas está o MAIS (Módulo Agroclimático
Inteligente e Sustentável) que pode ser adaptado em qualquer cadeia produtiva
como a de cordeiro.
Segundo Joselito Barbosa coordenador, do MAIS Cordeiro a principal vantagem desse modelo produtivo é
a capacidade de adaptação a realidade de cada propriedade.
“A ovinocultura no Nordeste sempre foi vista como uma atividade
de pouca lucratividade e o Adapta Sertão
vem mostrando o contrário, em que ela é uma atividade altamente
econômica e lucrável, e o MAIS Cordeiro
é totalmente adaptável tanto para os pequenos quanto para os grandes
produtores. Se eu tenho 100 ovelhas ganho 2 salários e se for 50 ganho 1, se
for 25 ganho meio, assim como se eu tiver condições de criar 200 terei 4
salários e assim por diante.” Afirmou Joselito.
O Mais Cordeiro é desenvolvido através de módulos onde cada
um é formado por 100 matrizes e 2 reprodutores, criados em uma área de 23.0
hectares. A área é assim composta: 12.5 hectares para pastejo direto, 8 ovelhas
por hectare, 1.9 hectare para produção de feno, 1.7 hectare para produção de
palma, 1.3 hectare para plantio de sorgo para silagem.
A área possui também 1.0 hectare para maternidade e centro
de manejo e 4.6 hectares de área de reservalegal. O módulo MAIS Cordeiro chega
a ter um consumo de 306 m3 de água por rebanho, por ano. Cada módulo pode ser
multiplicado, ou diminuído dependendo da área da propriedade, em relação à
expectativa de lucro do produtor.
O MAIS Cordeiro também busca tornar o produtor familiar mais
resiliente à mudança do clima, através de ações que garantam a alimentação do
rebanho e a segurança hídrica, durante os períodos de estiagens prolongadas, de
2 anos de duração, além de trabalhos voltados para recuperar a pastagem através
de uma arborização parcial e busca conseguir proteção imediata da área de APP
(Área de Proteção Permanente) e implantação da RL (Reserva Legal).
Nos últimos 11 meses o Adapta Sertão através do apoio do
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vem prestando assistência técnica a 100 criadores
de ovinos nos municípios de Ipirá, Baixa Grande, Mairi, Quixabeira, Pintadas,
Capela do Alto Alegre e Pé de Serra, onde é aplicado o modelo através dos
técnicos que visitam os produtores mensalmente realizando diversas ações desde o planejamento e
organização das áreas produtivas, melhoramento genético do rebanho e da estruturação e manejo dos animais, rotação
e recuperação de pastagem, armazenamento estratégico de água e alimentos,
mecanização de algumas atividades, além do monitoramento produtivo, econômico e
da resiliência climática.
ASCOM Adapta Sertão
Jorge Henrique
Jorge Henrique