Os médicos do Hospital Municipal de Riachão de Jacuípe estão acusando o Instituto de Saúde e Assistência Social, responsável por gerir a unidade, de tentar reduzir o pagamento dos plantonistas e o quadro de profissionais.
Por meio do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), eles se mobilizam contra a falta de materiais e de medicações básicas, além do atraso de salários. "Infelizmente hoje, na saúde, aparece um monte de empresa como essa. Ela assumiu o hospital e foi logo dizendo aos médicos que tiraria um plantonista e diminuiria o salário dos que ficassem. Aí os médicos chegaram a dizer que não compareceriam aos plantões", relata o presidente do Sindimed, Francisco Magalhães.
De acordo com o médico, por regra do Conselho Federal de Medicina (CFM), "nenhum lugar que tenha emergência pode ficar com um plantonista". Atualmente, a unidade conta com dois profissionais por plantão, com salário de R$ 1.600. De acordo com Magalhães, diante da negativa dos médicos, a empresa chegou a oferecer R$ 3.500 a médicos de fora do grupo de funcionários, mas ninguém aceitou.
"Os médicos tomaram uma posição, que nós endossamos. Eles estabeleceram que quem assumir [contra o movimento do grupo] pode ser... Nós vamos pedir que o Conselho de Medicina se posicione em relação", ressalta.
Em nota, o sindicato cita ainda dois artigos do Código de Ética Médica com proibições neste sentido. "É vedado ao médico (...) Art.48. Assumir emprego, cargo ou função para suceder médico demitido ou afastado em represália à atitude de defesa de movimentos legítimos da categoria ou da aplicação deste Código. Art. 49. Assumir condutas contrárias a movimentos legítimos da categoria médica com a finalidade de obter vantagens".
De acordo com Magalhães, na segunda-feira (22), os gestores do hospital se reuniram com os profissionais e decidiram recuar na proposta dentro do prazo de dois meses. Mas, a fim de evitar que a redução seja feita posteriormente, o Sindimed já enviou uma "provocação" ao Ministério Público do município.
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