A “Rádia Cunhã” é uma rádio web protagonizada por mulheres e
faz parte da Rede Pelas
Mulheres Indígena (PMI) que realizou em fevereiro oficinas
de formação em rádio web nas
comunidades indígenas de Pataxó Barra Velha (município de
Porto Seguro) e outra em Pataxó
2 Irmãos (município de Cumuruxatiba).
Para a semana da mulher a “Rádia Cunhã” lança vários programas
inéditos sobre parto domiciliar com as parteiras da aldeia Pataxó Pequi, no município
de Prado, sobre saúde da mulher indígena, língua Pataxó e culinária indígena. Os
programas também estão disponíveis no canal da Rede Pelas Mulheres Indígenas no
Youtube (https://goo.gl/zRm4Kj).
A web radio Cunhã foi criada em junho de 2016, e atualmente conta
com o apoio financeiro do Governo do Estado, por meio do edital Setorial de
Culturas Digitais 2016, do Fundo de Cultura da Bahia, para alcançar mais
mulheres indígenas com formação e fortalecimento.
Entre 2017 e 2018 foram realizados 12 novos programas de
rádio (a maior parte está no youtube) e já conta com quase três mil audições no
Soudcloud. Oito povos indígenas participam do projeto: Pataxó Barra Velha, Pataxó Hahahae,
Pataxó Cumuruxatiba, Tupinambá - todos os quatro baianos; Pankararu (Pernambuco);
Kariri Xoco e Karapoto (Alagoas) e Xokó (Sergipe).
Durante as oficinas as mulheres indígenas debatem sobre os
tipos de violência contra mulher,
empoderamento feminino, sororidade, ciberativismo, produção
de conteúdo, jornalismo,
técnica em rádio e outros temas. A formação tem o intuito de
alcançar mais mulheres e
capacita-las para serem autônomas no desenvolvimento de seus
próprios programas de rádio
para ampliar e potencializar as vozes das mulheres indígenas
no combate ao preconceito,
violência de gênero e sexismo.
Através de rodas de conversa, as mulheres puderam expor as
violências que sofreram em suas
comunidades e nos seus próprios lares, com os relatos de
experiências elas puderam
compreender como reagir em casos de violência e tiveram
elementos para alertar outras
mulheres sobre a importância de combater esses atos.
Para Maria Pankararu, a primeira indígena a receber um
título de doutorado no país, e
participante da rede Pelas Mulheres Indígenas, a rádio deu
maior oportunidade de
empoderamento a mulher indígena, tendo vozes ouvidas por
outras mulheres de
várias comunidades, e homens também.
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