Uma funcionária da rede municipal de educação de Capela do Alto Alegre, cidade a 235 km de Salvador, afirma que foi agredida pela diretora da escola onde trabalha após não cumprir uma ordem da gestora. O caso está sob apuração da Secretaria de Educação do município e da Polícia Civil.
Elenilda Araújo dos Santos tem 51 anos e trabalha há 16 na área de limpeza da Escola Municipal Cassimiro Rodrigues dos Santos. Ela conta que a agressão ocorreu no dia 30 de agosto. No mesmo dia, segundo a servidora, o caso foi registrado na delegacia da cidade.
De acordo com Elenilda, chovia muito no dia da agressão e, por isso, a diretora teria determinado que ela e outra colega ficassem nas portas dos banheiros da escola para evitar que os alunos caíssem ao entrar. A servidora conta que tentou argumentar, contudo, foi atacada ao dizer que não iria fazer o que foi solicitado.
"Chovia muito e não tinha proteção no banheiro. A água estava entrando. Eu falei que não tinha como ficar lá. Ela [diretora] me chamou de ousada. Disse: Você é ousada. Você tem que fazer o que eu mandar, porque sou a diretora'".
Elenilda diz que o caso ocorreu no almoxarifado da escola. Somente ela e a diretora estavam no local quando as agressões começaram. A ajuda chegou em seguida.
"Eu não esperava que ela fosse me bater. Quando ela me bateu, que eu vi meu sangue, eu me assustei. Ela me deu um soco no nariz, puxou a mesa e continuou me agredindo".
"Depois, eu me levantei por instinto e me peguei [brigou] com ela. Eu toda ensanguentada já, nervosa. Nessa hora, chegaram outras pessoas. Seguraram ela e ela continuou me xingando", conta Elenilda.
Da escola, a servidora afirma que foi para uma unidade de saúde do município e, em seguida, para a delegacia. Fotos tiradas por Elenilda mostram o nariz dela com sangramento.
De acordo acordo com a servidora, o ataque pode ter ocorrido por motivos pessoais. Segundo Elenilda, a diretora foi cunhada dela cerca de 15 anos atrás, e estaria a perseguindo desde que foi designada para trabalhar na escola. A nomeação ocorreu há cerca de 2 anos.
"Há muitos dias ela estava me perseguindo. Me tirava de uma sala para outra. Todo dia um lugar diferente. Já tinha chegado ao almoxarifado", afirma.
Após a situação, a servidora ficou afastada das atividades por 8 dias, por conta de um atestado médico. Ela retornou ao trabalho nesta semana. Tanto ela quanto a diretora permanecem na instituição.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que abriu uma sindicância para apurar o caso e, somente após a investigação, definirá o que será feito.
Ainda conforme o comunicado, uma equipe da secretaria de Educação vai se reunir com as envolvidas, psicólogos, advogados e sindicatos dos servidores públicos do município, na quarta-feira (11), para falar sobre o caso.
Fonte G1
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