Na noite desta terça-feira (01), na sede da Associação Comunitária de Lage Grande, na zona rural do munícipio de Capela do Alto Alegre, foi realizada uma reunião com donos de propriedades rurais, que serão ocupadas com a construção da BA 414, trecho entre as cidades de Capela do Alto Alegre e Pintadas.
Diversos produtores fizeram suas colocações e mostraram descontentamento, não pelo fato da construção da BA, pois disseram que entendem a importância da estrada para o desenvolvimento da região, mas pela forma que está sendo conduzido o trabalho. Segundo eles, a equipe de topografia entrou em todas as propriedades sem ao menos conversar com seus proprietários e explicar o que realmente estava acontecendo, da mesma forma, eles alegam que nenhum representante da Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado (SEINFRA), visitou os produtores para ter uma conversa.
O presidente da Associação que representa a região, José Naildo afirmou que;
“Entendo a importância desta conquista para todos nós, ao mesmo tempo, estou preocupado, pois não houve um diálogo do Estado com esses proprietários, causando assim um transtorno muito grande, mas acreditamos que as providências serão tomadas e os problemas serão sanados”.
“Estamos muito felizes com a construção dessa estrada, sem dúvidas é um momento histórico para Capela e toda a região, pois vai permitir uma ligação importante entre as regiões nordeste e sudoeste da Bahia, ligando a Estrada do Feijão (BA-052) à BR-324 (Ipirá, Pintadas Capela e Nova Fátima) criando um novo corredor viário que vai impactar no desenvolvimento da região. Com certeza vai atrair outros investimentos, gerar novas oportunidades de renda, causando impacto econômico e social de forma positiva. Porém, percebemos que os proprietários das terras que serão ocupadas estão insatisfeitos pela forma que está sendo conduzido o trabalho”. Disse Iraesto Moreira.
“A minha área é muito pequena, de apenas uma tarefa, porém muito valorizada, pois fica bem próxima à entrada da cidade de Capela do Alto Alegre, estou muito preocupado, trabalhei bastante para conseguir e, agora, pessoas entram nessa propriedade colocam tornos como se fossem donos e eu ao menos sou informado se haverá uma indenização. Os governantes precisam se preocupar em trazer a obra, mas é necessário também buscar o diálogo com a gente”. Relata José Agnaldo.
A moradora Analice dos Santos se diz alegre com a construção da estrada. “Sei como será importante para todos nós, mas na verdade estou triste pela forma que estamos sendo tratados, se temos uma determinada propriedade é porque lutamos para tê-la e hoje vemos pessoas de uma determinada empresa entrar sem ao menos nos pedir permissão. São diversas áreas que estão sendo prejudicadas, não vemos necessidade disso, pois já existe uma estrada vicinal, podendo a obra ser realizada no mesmo local sem nos trazer tantos transtornos. No nosso casso, por exemplo, o prejuízo será muito grande, pois temos uma área, que medi 110 metros de largura com 888 metros de comprimento e a marcação foi colocada no centro da nossa propriedade, utilizando 40 metros e deixando ambos os lados com 35 metros de largura com 888 de comprimento, ou seja, ficaremos com uma área praticamente impossibilitada de utilização. Importante ser colocado que residimos nessa área, temos casa, plantio de palmas, tanques, currais, enfim, uma estrutura de sobrevivência para a nossa família”.
O vereador Beto também esteve presente na reunião.
“Sei o quanto a estrada é importante para o desenvolvimento de nossa região, mas se percebe que está iniciando a obra sem haver nenhuma satisfação aos donos dessas propriedades. Aqui defendo que seja criada uma comissão para buscar diálogo com as demais autoridades municipal e estadual, para que o benefício se concretize, mas sem trazer prejuízo aos proprietários, assim coloco nosso mandato neste diálogo”. Disse o vereador.
O vereador Marcelo de Ipiraí também foi convidado, porém por conta de outra agenda já programada não pôde se fazer presente, mas disse que está à disposição de todos na condição de vereador para juntos buscar alternativas para que os problemas sejam resolvidos e, finalmente, possamos usufruir desta obra tão importante.
Assim, para buscar o entendimento entre o governo e os referidos proprietários, foi criada uma comissão, formada por: José Naildo, Dorielson Santos, Analice dos Santos, José Agnaldo e Iraesto Moreira.
Fonte HORA1 NOTÍCIAS