A Petrobras anunciou nesta
quinta-feira que vai elevar o preço da gasolina e do diesel, após 57 dias sem
reajustes. Para a gasolina, a alta será de 18% e, para o diesel, de quase 25%.
Os novos valores começam a ser praticados nesta sexta-feira (11).
“Após serem observados preços em
patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras
promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado
brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento”, disse a
empresa em nota.
Com isso, o preço médio de venda da
gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86
por litro. “Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de
gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela
da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81
a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,54 por litro”, diz.
Para o diesel, o preço médio vai de
R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. “Considerando a mistura obrigatória de 10% de
biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos
postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em
média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por
litro”.
“A redução na oferta global de
produto, ocasionada pela restrição de acesso a derivados da Rússia,
regularmente exportados para países do ocidente, faz com que seja necessária
uma condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem
ação imediata, e obtenham sucesso na importação de produtos de forma a
complementar o suprimento de combustíveis para o Brasil”, disse a companhia por
meio de nota.
O preço do petróleo no mercado
internacional já vinha em alta e a situação se gravou de maneira dramática nos
últimos 15 dias, em decorrência do conflito entre Ucrânia e Rússia, que é um
importante produtor de petróleo e gás natural. O preço do petróleo Brent —
referência nacional, tem sido negociado acima dos US$ 105 e a expectativa é que
continue subindo no curto prazo.
Nesta semana, a situação se agravou
ainda mais com a decisão dos Estados Unidos de proibir a importação da
commodity. O movimento influencia os preços no Brasil, já que a Petrobras segue
a paridade internacional.
GLP também é reajustado
O valor do GLP (gás liquefeito de
petróleo), conhecido como gás de cozinha, também sobe nesta sexta-feira. O
preço médio de venda do insumo passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg,
equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.
O último ajuste de preços do GLP foi
feito há 152 dias. “Esses valores refletem parte da elevação dos patamares
internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a
demanda mundial por energia”, diz a nota da Petrobras.
Vale ressalta que, na véspera,
Receita Federal publicou uma instrução normativa zerando alíquotas do PIS/Pasep
e da Cofins sobre o botijão de gás de cozinha de 13 quilos (kg) de uso
doméstico. A medida incide sobre a importação e a receita de comercialização do
produto.
Ficam reduzidas a zero as alíquotas
da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação incidentes
sobre o gás liquefeito de petróleo (GLP) que será, posteriormente à operação,
envasado em recipientes de até 13 kg e destinado ao uso doméstico, diz a norma.
Defasagem se mantém
Mesmo com o aumento, a defasagem
estimada do preço da gasolina se mantém. De acordo com cálculos do diretor do
Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, essa defasagem fica
em 20% ante 31,6% anteriormente.
Já no diesel, fica em torno de 19%
ante 34,1%.
Fonte: CNN