O vice-governador João Leão (PP) entrega a carta de demissão
do cargo de secretário estadual de Planejamento ao governador Rui Costa (PT) na
tarde desta segunda-feira (14). O movimento é a confirmação de que o
Progressistas deixa a base aliada do PT após uma aliança de quase 12 anos - o
partido passou a integrar o grupo no segundo mandato de Jaques Wagner no
Palácio de Ondina. Leão será seguido pelos demais filiados ao PP que compõem o
primeiro e segundo escalão, entre eles o ex-presidente da Assembleia
Legislativa da Bahia, Nelson Leal, que ocupava a Secretaria de Desenvolvimento
Econômico e o o secretário de Recursos Hídricos, Leonardo Góes.
O rompimento é fruto da tensão criada após o vice ser informado pela imprensa
que Rui permaneceria no cargo de governador até 31 de dezembro, contrariando as
conversas prévias de que Leão herdaria o mandato tampão de 9 meses, ficando
responsável pela transição entre os governos. Coube a Wagner divulgar o acordo
interno do PT que remodelou a chapa governista, em entrevista à rádio
Metrópole, na semana passada, sem ter informado ao vice a decisão.
Depois do episódio, Leão iniciou uma série de conversas, que convergiram com os
interesses do PP nacional de afastar a legenda do arco de alianças do PT na
Bahia. Na última quarta (9), o vice indicou que a sigla poderia ter uma
candidatura própria ao governo da Bahia ou migrar para a base de apoio ao
ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB), na corrida estadual. Essa segunda
hipótese é a considerada mais palpável e, segundo informações de bastidores, as
negociações seguem avançando de maneira positiva.