O superintendente do Procon de Feira de Santana, Maurício Carvalho, foi vítima na manhã de ontem (3), de um novo golpe praticado por bandidos no centro da cidade. Toda a ação foi realizada por dois homens que se passaram por mecânicos.
Em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta quinta-feira (4), o superintendente relatou com detalhes, como tudo aconteceu. Segundo ele, a prática foi muito bem articulada e não demonstrava em nenhum momento se tratar de golpe.
“Ontem por volta das 8h20 eu estava vindo no sentido viaduto da Noide Cerqueira, com destino ao centro da cidade, e ali próximo da Casa Esportiva escutei um estalo forte no carro, parecia ser algo na parte interna, no motor, algo do tipo, mas como o veículo estava funcionando normalmente, eu segui em direção a Prudente de Moraes, próximo do Colégio Gênesis, foi quando escutei um novo barulho e um carro ao meu lado alertou dizendo que teria caído uma peça. Como eu não entendo da parte de mecânica, me preocupei porque imaginei que poderia ser algo grave. Parei o carro, eles encostaram o carro também e se identificaram como mecânicos, dizendo inclusive o local da oficina, dando detalhes, sendo muito prestativos. Me pediram autorização para olhar o veículo, um ficou olhando a parte do motor e o outro, foi por baixo do veículo. Me pediram para funcionar o carro e já não estava mais funcionando”, disse.
Segundo o superintendente, um dos homens informou que poderia ser uma possível peça e que iria buscar na oficina.
“Um deles informou que seria algo referente ao módulo, foi quando agradeci pela gentileza e iria chamar o guincho. Eles então informaram que tinha esta peça na oficina, era uma peça usada, mas que poderia usar de forma temporária até chegar na oficina especializada. Eles foram buscar este material e retornaram. Um deles colocou essa suposta peça, enquanto o outro foi mais uma vez para debaixo do veículo. Nesse momento, me pediram para funcionar o carro, foi que pegou. Pediram também para que eu pudesse dar uma volta com eles, para testar e quando questionei sobre o valor, disseram que era R$ 5 mil. Eu contestei o valor e falaram que se não fosse daquela forma, poderia ser pior. Mesmo não utilizando da violência, eu imaginei que eles poderiam estar armados. Então eu fui em direção ao centro da cidade e saquei o dinheiro no valor de R$ 5.100”, contou.
Após o golpe, o superintendente se dirigiu até a Delegacia de Repressão à Furtos e Roubos (DRFR) para prestar queixa.
“Ontem mesmo eu fui até a delegacia, e aqui eu quero agradecer ao delegado Dr. André Ribeiro e sua equipe que foram excelentes, essa é uma prática nova aqui na cidade e depois identificamos que isso é muito utilizado no Rio de Janeiro, inclusive o sotaque deles me pareceu ser de lá, mas graças a Deus estou bem, apenas prejuízo financeiro, não sofri nenhum tipo de lesão”, disse Maurício Carvalho ao Acorda Cidade.
Ainda de acordo com o superintendente, não se sabe o que provocou os barulhos que estavam no veículo.
“Isso tudo é bem articulado, tanto que fiquei com dúvida se parei em algum local antes, mas não. Eu não sei como eles conseguem fazer isso, se é com base em alguma informação, se escolhem alguma vítima aleatoriamente, sei que o barulho é provocado por eles e os mesmos continuam seguindo o veículo da vítima. Depois que tudo isso aconteceu, levei o carro na oficina especializada e o mecânico informou que nunca teve peça retirada, nem colocada. O que na verdade aconteceu, o cara que foi por baixo do carro, desligou algum cabo que fez com que o carro não funcionasse. Realmente é tudo articulado e a polícia está investigando tudo isso”,